terça-feira, 15 de junho de 2010

A tentativa de conservar a Teresina do passado nos dias atuais

Os patrimônios públicos podem ser tanto de cunho cultural, como ambiental e moral. No caso dos imóveis, um dos meios mais eficazes de proteção e conservação desse patrimônio é o tombamento.

O tombamento é um recurso regido pelo decreto lei federal nº 25 de 30 de 11.1937, também conhecida como “Lei do Tombamento”. Quando um imóvel é tido com patrimônio brasileiro, o órgão responsável pelo tombamento é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

 Localizada no município de Teresina, a Fazenda Ininga é um excelente exemplo de casa colonial de fazenda

São 27 superintendências do IPHAN, uma em cada estado do Brasil. No Piauí, funciona a 19ª superintendência do instituto, que tem como superintende Diva Figueiredo. “Nós do IPHAN temos a responsabilidade de preservar e conservar os patrimônios de Teresina. Atualmente, temos um processo em andamento para o tombamento da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, no bairro Vermelha. Isso devido ao seu valor cultural, com sua arte sacra”, afirma Figueiredo. 

Em Teresina, dentre os patrimônios tombados pelo instituto, estão a Ponte Metálica, João Luiz Ferreira (que liga Teresina-PI e Timon-MA), a Igreja São Benedito e a Floresta Fóssil do rio Poti. “O patrimônio sofre com a modernidade. Preservar é algo muito difícil. Nós não podemos pensar em uma preservação à parte, é necessária a participação de todos, principalmente com uma política voltada para isso”, afirma a superintendente.

 O Casario de Amarante é um dos mais bem preservados da arquitetura piauiense

Em Teresina, existem projetos voltados para a preservação arquitetônica do Piauí. Este é o caso do “Amigos do Patrimônio”, um grupo coordenado pela professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI),  Alcília Melo, especialista em Arte e Cultura Barroca e Conservação Urbanística. “Sempre pensei que a conscientização passa, primeiramente pela educação. O que falta é conscientização. O nosso projeto começa aqui no âmbito educacional”, destaca Alcília.

O projeto “Amigos do Patrimônio” realiza seus trabalhos com a divulgação da relevância da preservação, através de palestras e da publicação de livros sobre o assunto. “O nosso material é distribuído por todo o Brasil, principalmente em congressos. Em alguns eventos, a distribuição chega a três mil exemplares”, ressalta a professora.

 A estação ferroviária de Teresina é um dos prédios tombados pelo IPHAN na capital piauiense

De acordo com o IPHAN, no Brasil há 1.110 bens tombados em 274 cidades, além de 82 conjuntos históricos tombados. “Eu acho muito importante o tombamento. É uma forma de preservar a nossa cultura. Hoje, penso com tristeza na quantidade de prédios que foram derrubados para se transformar em estacionamento. A preservação é um dever de todos. É preciso tombar e preservar”, salienta Lucídio Nogueira, bancário aposentado.

O Piauí é o primeiro estado brasileiro a receber o tombamento por uma ação integrada. Ou seja, mais de um tombamento por vez. “Essa ação é mais do que importante para que não esquecermos das nossas raízes. Somos uma sociedade e devemos manter nossa cultura”, fala Cícero Ximenes, funcionário da UFPI.

A Casa do Barão de Gurguéia ou Casa da Cultura de Teresina

A finalidade do tombamento é preservar o bem dito como patrimônio, mas o cidadão consciente pode participar diretamente dessa preservação. No que se refere à apresentação de projetos, à fiscalização da execução de obras e à proteção legal.

Veja mais fotos no Flickr dos postais produzidos pelo grupo Amigos do Patrimônio. Clique Aqui!


Reportagem: Adriana Oliveira
Edição: Tamires Coelho
Fotos: Cedidas pelo grupo Amigos do Patrimônio

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