segunda-feira, 21 de junho de 2010

As faces do empreendedorismo no Piauí

Existe uma tendência, na contemporaneidade, de esperar que as pessoas tenham seu próprio negócio, utilizando-se da criatividade e da iniciativa produtiva. É disseminado que as pessoas precisam ser empreendedoras, colocando em prática ideias e planos no sentido de modificar a  sua realidade.

O empreendedorismo é convencionalmente conceituado como processo de criar algo diferente e com valor agregado, envolvendo dedicação de tempo e esforço, incluindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes, para obter eventuais recompensas econômicas e pessoais. Ser empreendedor significaria ousadia – o que, hipoteticamente, estimularia o processo econômico de um país.
 
Vanessa Alencar: "empreender gera renda e oportunidades de trabalho"

Segundo Vanessa Alencar, professora que ministra a disciplina Empreendedorismo no curso de administração da Universidade Federal do Piauí, empreender é “um comportamento que pode ser adquirido através de um programa de capacitação, que proporcione aos participantes identificar e avaliar oportunidades, correr riscos, lidar com o fracasso e inovar”. 
 
Em sua experiência como consultora empresarial no SEBRAE do Piauí, a professora, que é mestranda em administração, defende que o empreendedorismo deveria ser trabalhado em todos os cursos superiores, inclusive nas escolas. E, em se tratando do Piauí, acrescenta: “empreender gera renda e oportunidades de trabalho. O povo piauiense está se tornando empreendedor, pois vejo muitas iniciativas interessantes em todo o estado’’.

Entretanto, existem outras correntes de pensamento que encaram o empreendedorismo como um modismo, uma solução ilusória criada em momentos de crise econômica. É o que pensa o economista Luis Carlos Puscas. “O empreendedorismo é uma concepção ideológica que relativiza a massa de desempregados. É claro que o trabalho de órgãos como o SEBRAE organiza a vida de algumas pessoas, mas não existe uma política nacional voltada para as micro-empresas. Tanto é que 85% das novas micro empresas falem em menos de um ano de atividade”, explica Luis Carlos.

O economista também ressaltou que não existe estrutura de crédito voltada para as micro-empresas. “Empresário precisa de capital inicial. Não adianta defendermos que o desenvolvimento acontecerá sem que o Estado proporcione condições pra isso”, conclui Puscas.



Reportagem: Israel Severo
Foto: Israel Severo
Edição: Tamires Coelho

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