terça-feira, 15 de junho de 2010

Sacola plástica tem seus dias contados em estabelecimentos de Teresina

Lei proíbe o uso das sacolas plásticas nos estabelecimentos comerciais da capital

400 anos. Esse é o tempo médio que uma sacola plástica leva para se decompor em meio externo. Segundo uma pesquisa realizada no ano passado pelo Ministério do Meio Ambiente, um brasileiro utiliza por ano, 800 sacolas, o que corresponde a 12 bilhões de sacolas plásticas descartadas por 180 milhões de brasileiros, ao ano. 

Nessa perspectiva, em 2010, entra em vigor na cidade de Teresina uma lei que proíbe o uso das sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais da capital. A partir deste ano, as farmácias, lanchonetes, panificadoras, açougues, laboratórios de análise clínicas, hospitais, comércios e prestadores de serviços em geral ficam obrigados a utilizar sacolas biodegradáveis ou produtos retornáveis (papel ou tecido) para acondicionar produtos e mercadorias.

Saco plástico ou retornável?

O uso dos sacos plásticos engloba diversas características. Em 1950, quando foram criadas, as sacolas eram motivos de orgulho. No entanto, meio século depois, passaram a ocupar o status de vilãs do meio ambiente, pois, 10% do lixo de todo país é representado pela matéria prima das sacolas.

De acordo com Lucivânia Santos, responsável pelas despesas das embalagens plásticas de uma rede de supermercados, só a lei não resolverá os problemas com a poluição. “Já recebemos a visita da secretária municipal de Meio Ambiente (SEMAM), mas só a lei não resolverá os problemas da poluição, pois é necessária a conscientização de todos. É necessário também que o público entenda que o plástico degrada o meio ambiente”, afirma.

Lucivânia Santos: "faltam campanhas educativas"

Lucivânia salienta que são consumidas 340.000 sacolas por mês no supermercado, o que ocasiona cerca de 11 mil reais em gastos com sacolas. “Sem dúvidas, faltam campanhas educativas dos governos. É comum o cliente pedir várias sacolas para carregar um pequeno produto”, relata.

Em todo o mundo, foram criados mecanismos para barrar o crescimento vertiginoso do saco plástico. Na Irlanda, desde 2002, é cobrada taxa pelo uso indevido de sacolas. Na China, o uso foi totalmente banido e, no Brasil, a principal alternativa são as sacolas de plásticos oxi-biodegradáveis, que possuem um aditivo químico acelerador de decomposição em contato com meio externo.

Entretanto, o uso de sacolas retornáveis também se mostra uma alternativa, uma vez que, para Paulo Afonso, gerente de uma rede de supermercados, o mau hábito do uso do plástico deve ser substituído aos poucos. “Em nosso supermercado já usamos as sacolas oxi-biodegrádaveis, mas também fechamos uma parceria para que possamos substituir o plástico pela sacola retornável e, nesse primeiro momento, vender a um preço baixo ou distribuir de graça”, revela o gerente.

Consciência do cliente

Em Teresina, das 450 toneladas de lixo diário, 45 toneladas são de detritos plásticos. Para Elizabete Avelar, bombeiro, custa caro fazer compras com a sacola retornável. “O preço da sacola retornável é altíssimo, visto que, é muito difícil carregar frios, empilhar muitas compras e, se o estabelecimento liberasse caixas de papelão, seria melhor”.

Já para Thaís Ferreira, estudante, a lei de obrigatoriedade das sacolas biodegradáveis não mudará a consciência do teresinense. “Não levo em consideração no ato da compra se a sacola é ou não biodegradável, pois utilizo só para jogar o lixo fora”, revela a estudante.

A lei que entrou em vigor em janeiro deste ano destaca que os estabelecimentos terão um ano para se adaptar e que, nos os seis primeiros meses, deverão entrar em conformidades as empresas com mais de 150 funcionários. Após esse período, os estabelecimentos com até 75 empregados estão obrigados a adotar as novas normas.

Após um ano, todos os estabelecimentos comerciais da capital deverão estar em acordo com a lei. O descumprimento da mesma acarretará em multas para os proprietários.

Reportagem: Thiago Moraes
Edição: Tamires Coelho

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